Viajar de veleiro



A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.

Helio Setti Jr.

Tem que ir, ver e sentir!


"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."


Amir Klink



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mãe e filha numa aventura em alto mar

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No comando do barco Delirante, dupla está há três meses no mar. Partindo de Santa Catarina, Simone e Raquel querem chegar ao Caribe
Elias Roma Neto (eroma@jc.com.br)

Dentro de um ambiente em que os homens são maioria como capitães de barcos, há uma dupla feminina que vem se destacando como um grande diferencial entre os participantes da 22ª edição da Regata Recife Fernando de Noronha (Refeno), cuja largada será no sábado, no Marco Zero. Mãe e filha, respectivamente, Simone e Raquel Grubba, de 13 anos, comandam o barco Delirante, em uma aventura iniciada há três meses e que as levará ao Caribe – com direito, claro, a uma parada no famoso arquipélago.

A viagem rende boas histórias e estreita os laços familiares entre as duas, que são de Santa Catarina e que pretendem morar no mar por pelo menos mais um ano e dois meses. “A ideia do Cruzeiro é a viagem, curtindo tudo no caminho. É tudo muito inusitado, não tem roteiro”, afirma Simone, que também tem um filho de 8 anos, Rafael, mas que não participará da Regata.

Sobre a questão de mulheres comandarem barcos sozinhas ser ainda uma minoria, a capitã do Delirante explicou. “Não é comum mulheres sozinhas. Há muitos casais, e aí há a troca de turnos. Mas existe o imaginário de que o homem é que está à frente na embarcação”, disse Simone. A dupla compete firme pelo título da classe RGS C, na Refeno.

Para quem vê Raquel manobrar o bote até o barco e falar com autoridade sobre os aspectos das embarcações não imagina, de primeira, sua idade. Mostrando desenvoltura, ela ajuda a mãe a comandar o Delirante, mas, claro, com restrições normais de uma criança. “Algumas coisas não são saudáveis para crianças. No trecho de Salvador a Maceió, por exemplo, o mar estava mais agitado e não a deixei sozinha em nenhum momento (no leme). Não dá para transformar a criança em soldado. Isso tem de ser respeitado”, lembrou a mãe.

Raquel diz que, no mar, tem tido uma vida divertida e bem social. “Onde eu morava, as coisas eram muito difíceis no sentido de comunicação. Aqui todos se cumprimentam. Tem até gente que vem falar comigo que eu nem lembrava mais o nome”, declarou. “É uma grande família”, acrescentou Simone.

A garota estuda por meio de ensino à distância, do colégio Anglo-Americano. A mãe pede para a reportagem perguntar a Raquel sobre as notas, mas a garota já responde de imediato: “Não pergunte”, para depois dizer, em tom de brincadeira, que foi “maravilhoso deixar a escola”. Os estudos são feitos por meio de apostilas. “Hoje (ontem), por exemplo, tiramos a manhã para fazer as atividades. Por conta disso não deu nem tempo de arrumar o barco”, relatou Simone.

Entre as histórias do mar, uma em especial aconteceu perto de Salvador, quando uma falha no motor deixou ambas levadas pelo vento até a chegada salvadora de João Jorge Peralta, capitão do Triunfo II, que as ajudou no conserto. Durante a entrevista, João passou por perto e cumprimentou as duas, sendo saudado como herói. “É um exemplo de solidariedade”, ressaltou Simone.

Foto: Bruno von Söhsten

Postado no site da Refeno

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