Viajar de veleiro



A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.

Helio Setti Jr.

Tem que ir, ver e sentir!


"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."


Amir Klink



sábado, 29 de junho de 2013

Bússola: saiba calcular o desvio da agulha, o que, felizmente, não é nada difícil

 

Foto: Shutterstock

O segredo está em achar um ponto do barco que seja magneticamente neutro

Com a popularização dos aparelhos eletrônicos é cada vez mais raro ver barcos navegando através de bússolas e cartas em papel. É natural que isso aconteça, mas esta atitude embute riscos (eletrônicos, afinal, sempre podem pifar e dependem de baterias para funcionar...) e leva as pessoas mais acomodadas a sequer “aprender” a usar corretamente a bússola, o que não é algo tão óbvio quanto parece.
O problema, no caso, é que toda bússola precisa ser “calibrada” e, se ela não tiver “gráfico de desvio”, pode se transformar num tiro pela culatra na hora da necessidade. Em outras palavras: se você não conhecer o “erro” da agulha da sua bússola em cada rumo não terá como saber que está no curso certo. Certo?
Bússolas, como se sabem bem, são equipamentos magnéticos. Portanto, massas de metal a bordo, como o próprio motor, podem interferir nas leituras da agulha – e é isso que precisa ser calculado e aplicado nas medições. Saber de antemão qual é o”desvio” em cada rumo é indispensável para a segurança da navegação.
De maneira bem prática, isso pode ser feito com um cartão de papel que tenha desenhado os 16 pontos cardeais de uma rosa dos ventos. A saber: N (0o), NNE (22,5o), NE (45o), ENE (67,5o), E (90o), ESSE (112,5o), SE (135o), SSE (157,5o), S (180o), SSW (202,5o), SW (225o), WSW (247,5o), W (270o), WNW (292,5o),NW (315o) e NNW (337,5o). Para não correr riscos confiando apenas na memória, marque neste cartão os desvios da bússola do seu barco.
Mas, e como se calcula este desvio? Bem, existem profissionais especializados em criar estes cartões, mas você pode fazer isso sozinho mesmo. É bem fácil. O jeito mais simples requer apenas uma bússola de alidade manual. Escolha um ponto do barco livre de massas de metal ferroso e peça para alguém ir comparando – e marcando – as diferenças entre a sua medição e a que aparece na bússola fixa, nos tais 16 pontos da rosa dos ventos. Eventuais diferenças são os pontos de desvio que devem ser assinalados no cartão.
Se você não tiver certeza quanto a neutralidade magnética do local onde a checagem foi feita, pode testá-la da seguinte forma: escolha um ponto do cockpit que lhe pareça neutro, tome o rumo de um objeto distante e navegue o barco para cada um dos 16 pontos cardeais. Se a alidade estiver bem calibrada, o rumo do objeto nela permanecerá inalterado. Mas, se o rumo não se mantiver constante, vá mudando de posição no cockpit com a bússola manual, até encontrar um ponto magneticamente neutro.
Complicado? Que nada! Em meia horinha está tudo feito e suas navegações bem mais seguras. Mais até do que qualquer eletrônico pode oferecer.

 

Por Lucas Tauil, revista Náutica

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