Viajar de veleiro



A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.

Helio Setti Jr.

Tem que ir, ver e sentir!


"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."


Amir Klink



quarta-feira, 29 de junho de 2011

Velejador catarinense desembarca em Florianópolis com título inédito

Matheus Dellagnelo foi campeão mundial da classe Sunfish
O catarinense Matheus Dellagnelo, 22 anos, ainda não sabe o significado da palavra derrota em 2011. Campeão sul-americano da classe Laser Radial e vencedor da seletiva para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011, o velejador do Iate Clube Santa Catarina desembarcou esta semana na Capital com um título inédito para a vela brasileira: campeão mundial da classe Sunfish.
A Sunfish é uma classe nova no Brasil, mas o Mundial já é disputado desde 1970, e desde então, o lugar mais alto do pódio tem sido frequentado por atletas norte-americanos, venezuelanos e de países da região do Caribe. Diante de tanta tradição dos adversários e da própria inexperiência com o barco, Matheus embarcou no último dia 8 de junho rumo a Curaçao, acompanhado do técnico Sergio Araújo, com um objetivo: ficar entre os cinco primeiros.
Além de se adaptar ao barco — mais estável, com maior área vélica e regulagens do que o Laser — Matheus enfrentou condições diferentes nas regatas, já que o percurso era montado em alto mar, em áreas com 600 a 800 metros de profundidade, que produziam ondulações de dois a três metros com ventos que variaram entre 18 a 26 nós.
— Foram condições difíceis para os 72 velejadores e para a própria comissão de regatas. Como eu ainda me recuperava de uma febre, acabei as três primeiras regatas completamente extenuado — conta.
Essas regatas iniciais deram a dimensão exata do resultado que Matheus poderia obter ao término das 11 provas do Sunfish Worlds 2011. Matheus ficou em terceiro na primeira regata, venceu a segunda, e repetiu o terceiro lugar na terceira prova, mas acabou penalizado por ter largado fora da raia.
— Depois desse início, eu conversei com meu técnico e vi que dava para conseguir um resultado melhor — explica.
Depois vieram mais três segundos lugares, um sexto, e duas vitórias, que garantiram o título sem a necessidade de entrar na água para a última prova. A conquista inédita valeu o reconhecimento da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM) e de um futuro adversário, o octacampeão mundial, Eduardo Cordero, favorito ao ouro no Pan de Guadalajara.
— Me disseram que eu fui um dos melhores investimentos da CBVM e o Cordero me enviou uma mensagem para me parabenizar e avisar que nos veremos no México — lembra o campeão mundial 2011.
Adaptação feita em casa
A Sunfish Worlds 2011, o campeonato mundial, foi apenas a terceira competição que Matheus disputou pela classe Sunfish. Para se adaptar a nova classe, Matheus teve apoio da CBVM, que importou dois barcos fabricados pela mesma empresa criadora dos Laser, nos Estados Unidos.
Antes do Mundial, o velejador foi sexto lugar nos Jogos Sul-Americanos da Colômbia e terceiro na seletiva sul-americana do Pan, disputada em Paracas, no Peru, ambos em 2010. De acordo com Matheus, o barco Sunfish exige mais do velejador nas regulagens, mas é mais estável e tem um desenho de vela diferente, embora com uma área vélica igual, o que proporciona um velejo mais pesado.
Com a chegada dos dois barcos este ano, Matheus passou a treinar em Jurerê e na Lagoa da Conceição sob orientação do técnico Sérgio Araújo. A preparação para o Pan inclui agora mais um evento internacional (campeonato europeu ou norte-americano), além de intercâmbio com outros velejadores, como o peruano Alexander Zimmerman, que estará em Florianópolis, em agosto, para 10 dias de treino. Matheus ainda não conhece a raia do Pan de Guadalajara, em Puerto Vallarta. Sabe apenas que é um local de ventos fracos a médios.
— Vou ter que perder peso nos próximos meses — dois dos atuais 75 quilos — mas estarei bem preparado. No Pan é um barco por país e as três medalhas ficarão entre Brasil, Peru, Venezuela, Estados Unidos e Argentina — aposta.
Em 2007, o Brasil foi representado na classe Sunfish pelo velejador carioca Bernardo Low Beer, proprietário do único barco da classe no país. Por isso, a seletiva para o Pan de Guadalajara 2011 da classe Sunfish disputada em Jurerê, em fevereiro, e vencida por Matheus, foi disputada com barcos da classe Laser Radial.
Fonte: Diário Catarinense; Foto: Edu Cavalcanti

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