Viajar de veleiro



A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.

Helio Setti Jr.

Tem que ir, ver e sentir!


"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."


Amir Klink



quarta-feira, 3 de julho de 2013

Aprenda sobre as redes que podem integrar todos os eletrônicos de navegação a bordo

 

 

Foto: Shutterstock

O uso de redes que integrem toda a eletrônica a bordo e façam diferentes equipamentos “conversarem” entre si está se tornando possível e acessível

Bluetooth, wi-fi, kbps... Termos como estes também estão saindo do âmbito da informática para embarcar no mundo náutico. E isso é uma ótima notícia! Enfim, o uso de redes que integrem toda a eletrônica a bordo e façam diferentes equipamentos “conversarem” entre si está se tornando possível e acessível. Por que demorou tanto? Por dois motivos. Primeiro, era preciso padronizar os equipamentos para que pudessem ser interligados. Segundo – e mais importante - , aprimorá-los. Afinal, qualquer sistema eletrônico embarcado – seja em um carro, avião ou barco – tem de ser muito mais confiável do que os utilizados em casa ou no escritório. Aqui vão sete questões que ajudam a entender um pouco mais este fabuloso – e atualíssimo – assunto.
1 – O que é uma rede embarcada?
É um sistema que integra todas as informações geradas pelos equipamentos eletrônicos a bordo, permitindo que eles “conversem” entre si. Por exemplo, quando um rádio VHF está conectado ao gps, ao acionarmos o botão de emergência dsc, ele recebe a posição do gps e já envia para as equipes de salvamento. Já um sistema de piloto automático pode receber informações do gps, radar, AIS e do sonar, de modo a operar com bem mais segurança. E isso ainda desobriga o piloto de monitorar estes instrumentos ao mesmo tempo.
2 – Qual a principal exigência para ter uma rede?
É preciso ter equipamentos projetados para operar em redes! Alguns fabricantes criaram redes próprias (SeaTalk®, SmartCraft®, SimNet®, NavNet®, etc.), de modo que, se você tiver todos os equipamentos de uma determinada marca, eles podem ser interligados. Mas a NMEA (National Marine Electronics Association), dos EUA, criou um protocolo de comunicação que hoje é adotado pela maioria dos fabricantes. Com ele, independentemente da marca, se o eletrônico tiver a certificação NMEA 2000, poderá ser integrado à rede.
3 – Além de integrar equipamentos, há outras vantagens numa rede?
Sim. Ela distribui as informações em vários locais do barco. Um monitor de LCD (ou mesmo um tablet, smartphone ou notebook) é conectado à rede e mostra os dados que antes só podiam ser vistos nos postos de comando.
4 – Fazer esta conexão de equipamentos exige conhecimentos técnicos complexos?
Não. A NMEA 2000 já foi pensada para facilitar a instalação da rede. Ela é formada por um cabo principal (que suporta correntes elétricas de até 8A), pelos cabos auxiliares ou de conexão (que ligam os equipamentos ao cabo principal e suportam até 3A) e por conectores tipo T. Para adicionar mais um equipamento à rede, basta ligar mais um conector T no cabo principal.
5 – As redes embarcadas ainda usam fios ou já são wireless?
Por uma questão de segurança, elas são conectadas apenas por cabeamento. Mas a comunicação sem fio, por wi-fi ou bluetooth, já é oferecida por muitos fabricantes, mas ainda tem uso restrito. Serve apenas para trocar informações entre notebooks, tablets ou celulares e assim acessá-las em qualquer lugar do barco.
6 – Equipamentos mais antigos podem ser conectados?
Sim, se tiverem capacidade para operar em rede. Há adaptadores que permitem ligar o antigo padrão NMEA 0183 ao NMEA 2000 ou a algumas redes exclusivas de fabricantes. Mas dificilmente se poderá aproveitar todo o potencial da rede com estes equipamentos. No protocolo NMEA 0183, a velocidade de transmissão dos dados é 52 vezes menos que no NMEA 2000.
7 – Ter uma rede a bordo é mesmo fundamental?
Ainda não. Mas, em breve, será algo habitual. Por isso, quando for comprar novos equipamentos, procure os produtos certificados com a NMEA 2000. Depois, será mais simples e econômico migrar para uma rede.

 
Por Nicola Getschko, revista Náutica