Amir Klink
Viajar de veleiro
A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.Helio Setti Jr.
Tem que ir, ver e sentir!
"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."
Amir Klink
domingo, 3 de novembro de 2013
Barco naufraga com 12 pessoas na Grande Florianópolis
"O comandante lutou até o fim, não sei como não morreu", diz pescador que resgatou sobreviventes do naufrágio
Anedir Horácio Batista, 60 anos, o Denir, estava próximo do iate que afundou, se preparando para pescar anchovas
Denir fez o resgate dos 12 homens que estavam no iate que afundouFoto: Guto Kuerten / Agência RBS
Da janela de casa, o pescador Anedir Horácio Batista, 60 anos, o Denir, via um mar bravo e o vento soprando com força lá pelos altos da Praia da Pinheira, em Palhoça. Mas precisava encará-los: fazia duas noites que ele e os companheiros não saíam para pescar anchovas, e, portanto, não havia muita escolha.
Então, prepararam tudo. Como as correntezas estavam fortes e o mau tempo se anunciava, decidiram sair um pouco mais cedo que o habitual. Sem pressa, ele e os dois amigos embarcaram no Lena Quarta e partiram, observando o mar. Nas proximidades das Ilhas Moleque do Sul e Três Irmãs, pararam a embarcação. Era ali que sempre se posicionavam.
Foi quando perceberam um iate a 1,8 mil metros de distância. Estava sempre à deriva, o que os deixou desconfiados: se continuasse assim, poderia vir a prejudicar a pescaria e acabar passando por cima da rede. Resolveram aguardar e ver o que acontecia antes de jogá-la ao mar.
Mas nem o iate parou, nem a rede foi jogada. O que eles viram, de longe, foram os homens de pé na embarcação, voltados para eles, abanando, pedindo socorro. Denir puxou o Lena Quarta com força e partiu em direção a eles. Não conseguia localizá-los pelo rádio, por isso não conseguia entender sobre o que se tratava.
Conforme se aproximava, ele foi avistando: o iate tomado pela água e estava prestes a afundar. Onze homens, já de colete salva-vidas e com suas bolsas a tiracolo, gritavam por ajuda. O 12º, sem camisa e apenas de calção, estava dentro da cabine tentando reverter a situação. Era o comandante.
Não deu tempo para mais nada. Denir jogou um cabo para o iate e usou um bote inflável para servir como ponte: os homens começavam, então, a ser resgatados. Em menos de 20 minutos, o iate afundou completamente. E com ela, o comandante.
A força da água, porém, o trouxe de volta, boiando. Ele foi resgatado com tremores e sintomas de hipotermia, mas, já na embarcação, foi agasalhado com uma lona e recusou o café.
- O comandante lutou até o fim, não sei como não morreu.
Um hora e dez minutos depois, o Lena Quarta chegava à orla da Pinheira. Lá dentro, o clima já não era tão tenso: os tripulantes conversavam e riam a bordo e o frio e o susto já haviam até passado. O comandante recusou a ajuda do Samu e seguiu para os familiares, que já o aguardavam na praia.
- Em quase 60 anos de pesca, foi a primeira vez que vi uma embarcação afundar. Fiquei assustado com a rapidez. É tudo muito rápido - admitiu Denir, surpreso.
Feliz com o salvamento e com a boa ação, ele desistiu de voltar ao mar naquela noite.
Sâmia Frantz, DIÁRIO CATARINENSE
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