Amir Klink
Viajar de veleiro
A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.Helio Setti Jr.
Tem que ir, ver e sentir!
"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."
Amir Klink
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Não é de hoje que essa dupla e conhecida e querida pelos amigos!
“Quando vocês voltarem ao Iate Clube do Natal, não deixem de procurar o casal Nélson e Lucia, que está se preparando para morar a bordo do veleiro Avoante”, a valiosa dica nos foi passada por Bel e Bob do Bicho Vermelho, que tinham feito escala por lá antes de seguirem para o Caribe.
Nem precisamos procurá-los. Assim que chegamos, Nélson, o clone de Bil Clinton, e Lúcia, uma cearense arretada e azougada, vieram nos dar as boas vindas e em menos de 20 minutos de papo nos convidaram para passar uns dias em sua casa na beira da Praia do Marco, que fica depois de São Miguel do Gostoso (eita nome bonito para uma praia), pertinho do Farol do Cabo Calcanhar, onde o Brasil faz a curva.
Como havia muitas tripulações conhecidas no clube, por conta da Regata Noronha – Natal de 2002, eles ainda nos permitiram levar mais duas pessoas. Nélson nos conseguiu uma vaga no píer para deixar o MaraCatu e lá fomos nós, mais Orion, Neca e a cachorrinha Belinha, do veleiro Bicho Papão, com quem, depois, esticamos até a pouco explorada vila de Galinhos – mas isso é assunto para um outro post.
Depois de orgias gastronômicas de camarões e lautos almoços, sem contar os desjejuns (já ouviu falar do tradicional café da manhã potiguar? Até peixe frito vai pra mesa!), fomos conhecer a família de Pedrinho Caralho (é este mesmo o apelido) em Exu Queimado (pense num nome estranho para um lugarzinho massa!), onde um carro de som anunciava em altos brados a passagem de um circo pela vila com a grande atração da noite: a mulher que vira cachorro. Caramba, nós tínhamos que ver isso!
O circo era bem mambembe, do tipo “tomara que não chova”, pois não tinha nem teto, e tocado só por um casal e o filho. Quando chegamos à bilheteria a fila era grande, mas nossos anfitriões deram um jeito e compraram ingressos para os amigos e para o resto da fila (a 30 centavos para os locais e 50 para os “estrangeiros”, como nós). Depois disso ganhamos cadeiras especiais, na boca do picadeiro.
“Vocês podem mudar de lugar durante o número do trapézio?”, pediu o malabarista, para em seguida explicar com ar preocupado: “é que quando a corda arrebenta, meu pai costuma cair exatamente onde vocês estão”. Eu já disse que o circo era mambembe?
Depois de muito suspense, chegou a hora do grande número. Fiquei matutando que truque seria aquele. Rufam os tambores, a luz é dirigida em foco para o fundo do picadeiro e aparece a mãe do malabarista, uma senhorinha baixa e um pouco acima do peso, com um cachorrinho preso na coleira. Eles vão lentamente até a boca de cena, o cachorro se deita, ela se agacha, vira o cachorro para um lado, depois para o outro e… termina o espetáculo.
Silêncio total. Quando a ficha caiu , pipocou uma gargalhada aqui, outra acolá e um caloroso aplauso. Entendeu? Não sei você, mas eu achei genial.
Publicado no maracatu weblog por Helio Viana
Nem precisamos procurá-los. Assim que chegamos, Nélson, o clone de Bil Clinton, e Lúcia, uma cearense arretada e azougada, vieram nos dar as boas vindas e em menos de 20 minutos de papo nos convidaram para passar uns dias em sua casa na beira da Praia do Marco, que fica depois de São Miguel do Gostoso (eita nome bonito para uma praia), pertinho do Farol do Cabo Calcanhar, onde o Brasil faz a curva.
Como havia muitas tripulações conhecidas no clube, por conta da Regata Noronha – Natal de 2002, eles ainda nos permitiram levar mais duas pessoas. Nélson nos conseguiu uma vaga no píer para deixar o MaraCatu e lá fomos nós, mais Orion, Neca e a cachorrinha Belinha, do veleiro Bicho Papão, com quem, depois, esticamos até a pouco explorada vila de Galinhos – mas isso é assunto para um outro post.
Depois de orgias gastronômicas de camarões e lautos almoços, sem contar os desjejuns (já ouviu falar do tradicional café da manhã potiguar? Até peixe frito vai pra mesa!), fomos conhecer a família de Pedrinho Caralho (é este mesmo o apelido) em Exu Queimado (pense num nome estranho para um lugarzinho massa!), onde um carro de som anunciava em altos brados a passagem de um circo pela vila com a grande atração da noite: a mulher que vira cachorro. Caramba, nós tínhamos que ver isso!
O circo era bem mambembe, do tipo “tomara que não chova”, pois não tinha nem teto, e tocado só por um casal e o filho. Quando chegamos à bilheteria a fila era grande, mas nossos anfitriões deram um jeito e compraram ingressos para os amigos e para o resto da fila (a 30 centavos para os locais e 50 para os “estrangeiros”, como nós). Depois disso ganhamos cadeiras especiais, na boca do picadeiro.
“Vocês podem mudar de lugar durante o número do trapézio?”, pediu o malabarista, para em seguida explicar com ar preocupado: “é que quando a corda arrebenta, meu pai costuma cair exatamente onde vocês estão”. Eu já disse que o circo era mambembe?
Depois de muito suspense, chegou a hora do grande número. Fiquei matutando que truque seria aquele. Rufam os tambores, a luz é dirigida em foco para o fundo do picadeiro e aparece a mãe do malabarista, uma senhorinha baixa e um pouco acima do peso, com um cachorrinho preso na coleira. Eles vão lentamente até a boca de cena, o cachorro se deita, ela se agacha, vira o cachorro para um lado, depois para o outro e… termina o espetáculo.
Silêncio total. Quando a ficha caiu , pipocou uma gargalhada aqui, outra acolá e um caloroso aplauso. Entendeu? Não sei você, mas eu achei genial.
Publicado no maracatu weblog por Helio Viana
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