Amir Klink
Viajar de veleiro
A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.Helio Setti Jr.
Tem que ir, ver e sentir!
"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."
Amir Klink
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Pão pra casa, nem o barco é mais importante do que a parceria para navegar.
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Oito velejadores reuniram-se em uma noite de primavera para comemorar a passagem de um amigo por Porto Alegre. A maioria era de gente engravidada, ou pela Brahma ou pela Antártica.
Pão com alho, licorosa da Pharmacia Riacho Doce, linguiça calabreza da Borrússia, chopp da Heineken e carne gorda compunham a faina proposta.
Esses jaguaras se conhecem há muito tempo. Uns já desde criança. Outros de nem tanto. Foram chegando e começando a prosear e a rir espontaneamente, como sempre.
Apesar do que comem e bebem, esses encontros não podem ser mais saudáveis. Contam causos, relembram velhas histórias, dão notícias, comentam. Perguntam pelos que não vieram. Fazem planos e combinam velejadas.
Têm o mesmo nível de maturidade, e as idades são parecidas. Idade da sutileza. Da cumplicidade e da moderação. Todos são velejadores ativos. Alguns já fizeram longas travessias. O tema principal das conversas, claro, é vela de cruzeiro.
Uma bendita auto-censura em comum: não tentam consertar o país com o copo na mão.
Dão muitas risadas
Às vezes cantam toadas
A tônica é sempre a alegria
Azar da psiquiatria
Lá pelas tantas, um celular tocou. Era de casa. Um pedido pra comprar pão quando ele saisse de lá.
Mas sem pressão de horário.
Sem o que?...
Supermercado tem hora pra fechar.
Estratégia conhecida? Truque antigo?
Quem sabe alguém pensando precavidamente em coisas básicas para o dia de amanhã. Não cabe julgar.
Esta não foi a primeira vez que o telefone tentou arrancar alguém das risadas, mas marcou. Logo que o assunto da ligação foi conhecido, o anfitrião foi à cozinha sem dizer nada, e voltou com um pacote de pães. Entregou sem fazer alarde. Foi tão discreto, que nem todos perceberam o feito.
Muito mais do que pão, era um convite para o amigo ficar até um pouco mais tarde.
Um gesto bonito.
Uma camaradagem.
O foco nos amigos.
Pão que não tem preço.
Pequenas coisas tão grandiosas.
Nem o barco é mais importante do que a parceria para navegar.
Postado por Danilo Chagas Ribeiro no site www.popa.com.br
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