Viajar de veleiro



A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.

Helio Setti Jr.

Tem que ir, ver e sentir!


"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."


Amir Klink



domingo, 24 de outubro de 2010

Remover cracas e pintar o fundo permitem uma melhor performance do barco

A performance do seu barco não anda aquela maravilha? Então, atenção. O problema pode estar num simples detalhe: nas cracas presas ao fundo do casco! Elas aumentam barbaramente o atrito do casco com a água e, conseqüentemente, afetam sua a hidrodinâmica, roubando um bocado de desempenho. Quanto maior for o arrasto hidrodinâmico (ou seja, o esforço para se locomover), maiores serão o esforço do motor e o consumo de combustível para o barco se movimentar. E combustível custa dinheiro. Portanto, cracas presas ao casco significam, também, rombos no seu bolso. A sorte é que elas não aparecem da noite para o dia, embora sejam bem freqüentes nos barcos que ficam guardados na água, como a maioria dos veleiros, por exemplo. São precedidas por uma camada de limo, que age como uma espécie de berço para uma futura colônia de algas, que, por sua vez, atraem as cracas. O problema é que elas se reproduzem rapidamente. Crescem em pouquíssimo tempo e, se não forem retiradas a tempo, passam a ser uma real ameaça ao casco. Com poucas semanas de vida, podem ser retiradas com simples jatos d’água com pressão, tendo, porém, o cuidado de não danificar o gelcoat do casco. Mas se já estiverem crescidas, só mesmo raspando com uma espátula. O melhor remédio, no entanto, ainda é a boa e velha prevenção, pintando o fundo do casco uma vez por ano, com tinta própria para isso, chamada de intiincrustante ou, popularmente, “tinta venenosa”, embora mal mesmo ela só faça para as cracas. Como mostramos aqui.

 
Dica de quem sabe
É necessário um bom instrumento para mexer a tinta antes do uso. Aquela velha chave de fenda não serve. Uma espátula ou um pedaço de madeira é o mais indicado.
Não altere a composição química da tinta com solventes ou outras substâncias, como pó de cobre, que a deixa mais pesada e fácil de soltar. Use protetor para os olhos, porque a tinta respinga e pode ser perigosa.
Pela mesma razão, use também luvas e proteção para os braços e as pernas. A tinta pode causar irritação na pele. Não tenha pressa. Até 80% do tempo da operação pode ser gasto só na aplicação dos primers e do antiincrustante. Eles são a chave para um acabamento de sucesso.
De quanta tinta eu preciso?
Calcular a quantidade exata de antiincrustante necessária para a pintura do fundo de um barco não é nada fácil. Mas existe um cálculo valioso para evitar desperdícios, até porque esse tipo de tinta costuma ser bem caro. Primeiro, meça o comprimento da linha d’água, da boca e do calado do barco. Depois, use uma das fórmulas abaixo para determinar a área (em metros quadrados) da superfície a ser pintada. Com esse dado, você saberá quantos litros comprar, já que um litro de tinta, em geral, dá para cerca de cinco metros quadrados. Mas, atenção: é preciso verificar a quantidade de demãos exigida pelo fabricante da tinta. Em geral, são três.
Se for uma lancha:
Soma de boca + calado X comprimento
da linha d’água = área em m²
Se for um veleiro:
Soma de boca + calado X 0,75
X comprimento da linha d’água = área em m²
Passo a passo
1. Regra número 1: inicie o trabalho imediatamente após o barco ter sido retirado da água. Ainda úmidas, as cracas saem com mais facilidade.
2. Com uma espátula afiada ou um raspador (de preferência, com os cantos arredondados, para não danificar o gelcoat), tire toda a sujeira abaixo da linha d’água. O raspador do tipo “puxar” normalmente permite mais controle do que o de empurrar.
3. Na seqüência, pegue uma mangueira comum ou uma especial de alta pressão (mas com água em abundância) e dê um banho no casco, para tirar todo o excesso e facilitar o lixamento. Não economize na água. Quanto mais, melhor.
4. A área a ser pintada deve ser demarcada com fita adesiva, para a pintura não borrar a parte de cima. A dica é colar uma fita um pouco acima da real linha d’água, já que, com o balanço do barco, a posição dela pode variar.
5. Depois, com uma lixa d’água número 60-120 (própria para remover restos de tinta velha), esfregue toda a superfície. Para conseguir uma superfície mais lisa, é melhor usar um bloco de madeira sob a lixa. Deixe uma mangueira d´água à mão, para facilitar o lixamento. Só pare de lixar quando o gelcoat aparecer.
6. Com o casco já lixado, pegue um rolo de pêlos médios e um pincel e aplique o primer, produto que produz uma boa aderência à tinta antiincrustante, que virá a seguir. A pintura deve ter a espessura recomendada pelo fabricante. Caso contrário, não surtirá efeito.
7. Três horas após a secagem, aplique o antiincrustante com um novo rolo, que também deve ter pêlos médios. A quantidade de demãos varia de uma marca para outra de tinta e está explicada na embalagem de cada produto. Mas, geralmente, não passa de três. Observe na embalagem do galão o intervalo mínimo de tempo entre as demãos.
8. Por fim, espere 48 horas para colocar o barco novamente na água. É o tempo exato para que o primer faça a aderência no antiincrustante e não perca sua propriedade, que é a de evitar futuras cracas pelo menos durante um ano, que é quanto dura o efeito de uma pintura.
Por Otto Aquino
Da Náutica 236
Postado na Náutica
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