Amir Klink
Viajar de veleiro
A maravilha de se viajar de veleiro é que basta que se decida ir para algum lugar, tudo que se tem que fazer é levantar a âncora,içar velas e ir embora.Essa sensação de liberdade é fabulosa,é quase como ter asas e voar livremente,basta bate-las.Helio Setti Jr.
Tem que ir, ver e sentir!
"...Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu, para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor, e o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o seu próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver..."
Amir Klink
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Vento Minuano: como um vento vindo do Oeste pode ser gerado no Atlântico, no quadrante oposto?
O vento Minuano é o famoso vento que, vindo do oeste ou sudoeste, faz o inverno do Rio Grande do Sul ter uma sensação térmica tão fria. E porque sopra do quadrante oeste, é comum ouvir-se que o Minuano vem do Pacífico ou dos Andes, mas não é o que ocorre. No entanto, há sim ventos que vem do oeste, como os que recentemente trouxeram as cinzas do vulcão chileno Puyehue. Esses ventos, que não são percebidos na superfície da terra, são os jet streams, e sopram a grandes altitudes, como 10km acima da superfície (veja carta meteorológica com os jet streams de ontem).
Já o Minuano, que sopra em baixa altitude, do quadrante oeste no RS, tem origem nos centros de baixa pressão sobre o Oceano Atlântico, normalmente a leste ou sudeste do RS. Parece difícil de entender como isso seja possível, mas não é. No gráfico do UGrib mostrado aí acima, observa-se que o centro de baixa pressão, que estava ontem a uns 700km a sudeste de Porto Alegre, portanto sobre o oceano, fez ventar forte do oeste na capital gaúcha, com rajadas de até 30 nós (veja dados do INMET, acima), causando uma sensação térmica de nove graus negativos nas rajadas. Veja no aviso da Marinha, logo abaixo, o efeito do centro de baixa pressão no mar.
O sistema de baixa pressão, que pode vir a tornar-se um ciclone extra-tropical, tão comum no Sul, gira no sentido horário (no hemisfério sul), com a direção do vento tangenciando o círculo em volta do centro de baixa pressão. Via de regra, o centro de baixa pressão desloca-se para leste, portanto afastando-se da costa, e assim diminuindo seu efeito a oeste (continente). Como sabem os gaúchos, o Minuano sopra por 2 ou 3 dias, e então cessa: é o tempo do sistema de baixa pressão ir-se embora. As flechas do gráfico acima, que indicam a velocidade e o sentido do vento, mostram como é possível ventar do oeste ou do sudoeste no continente, dependendo da posição do sistema de baixa pressão no oceano em relação ao local considerado. Enquanto em P. Alegre o vento vinha ontem de oeste, em Rio Grande soprava de sudoeste, como se vê na carta do Grib acima.
Fonte: Danilo Chagas Ribeiro, mero curioso em meteorologia.
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